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Caso “Tio Paulo”: defesa diz que mulher sofreu retaliação na cadeia; Seap nega
Detentas teriam atirado água e comida contra a "sobrinha" do idoso
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Em conversa com a CNN neste sábado (20), a advogada Ana Carla de Souza Correa, que faz a defesa de Erika de Souza Vieira Nunes, mulher investigada por levar homem morto em uma cadeira de rodas ao banco para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, disse que sua cliente sofreu retaliação na cadeia.
Segundo a advogada, Erika não foi bem recebida pelas outras detentas no dia que entrou na instituição. As outras presas teriam jogado água e comida na mulher. “Ficamos preocupadas com a integridade física dela, mas, segundo a própria Erika, ela já está em uma cela reservada”, relatou a advogada.
A defesa ainda informou que não pretende pedir a transferência da investigada, mas entrou com pedido de revogação da prisão preventiva. “Nesse momento, não houve informações novas, nem novas testemunhas. Só estamos aguardando a resposta da revogação”, explica a advogada.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) disse que “a citada foi transferida ontem (19) para o Instituto Penal Djanira Dolores. A informação sobre a suposta agressão não procede, já tendo sido desmentida pela privada de liberdade em termo assinado de próprio cunho”.
Relembre o caso:
Uma mulher, identificada como Érika de Souza Vieira, foi detida na tarde desta terça-feira (16) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após levar um homem morto em uma cadeira de rodas ao banco para sacar um empréstimo de R$ 17 mil.
No vídeo, gravado por uma das atendentes do banco, é possível ver o cadáver na cadeira de rodas, com a cabeça sendo sustentada pela mão da suposta sobrinha. Erika chama o idoso de “Tio Paulo”, mas, na verdade, ela é prima do homem.
Para fazer o empréstimo, Paulo deveria assinar um documento, o que não foi possível já que ele estava morto. Mesmo assim, Erika insiste: “Tio Paulo, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço”.
Mesmo sem o idoso mover um dedo, a suposta sobrinha continua conversando com o morto, enquanto tenta fazer a mão do cadáver pegar a caneta: “Tipo igual o documento aqui, ó. Paulo Roberto Braga. O senhor segura, o senhor segura forte pra caramba a cadeira aí”.
Ao ver que estava difícil fazer a mão do tio pegar a caneta, a sobrinha pergunta para as atendentes: “Ele não segurou ali a porta?”. Duas vozes femininas respondem que não viram ele segurar.
“Segura, tio. Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório. Não aguento mais”, continua Erika.
Nesse momento, as duas atendentes começam a intervir, “ele não tá bem, não”. É quando uma mosca pousa no nariz do homem. Erika começa a perguntar ao cadáver: “Tá sentindo alguma coisa? Mas ele não diz nada!”. As atendentes repetem que o homem não aparenta estar bem, “a corzinha não tá ficando…”. Erika rebate falando que o tio é assim mesmo.
A sobrinha finaliza o vídeo perguntando ao tio morto: “Se o senhor não ficar bem, vou te levar para o hospital. Quer ir para UPA de novo?”.
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