PF desarticula quadrilha que usava mergulhadores para levar drogas para o exterior
Com apoio da Polícia Civil do Paraná e da Receita Federal, foram cumpridos 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão, em oito estados. Justiça também decretou sequestro de bens e valores que chegam a um bilhão de reais
A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal e a Polícia Civil do Paraná, faz nesta quinta-feira (04) a Operação Downfall, com objetivo de reprimir e desarticular uma Organização Criminosa especializada no tráfico de drogas.
Até o momento, já foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva e três prisões em flagrante foram feitas. Uma das prisões já tinha mandado em aberto, dessa forma, a PF considera que 28 integrantes da organização criminosa envolvida na operação foram presos.
Também foram apreendidos 12 veículos, drogas, armas e joias. Três pessoas seguem foragidas, segundo a PF.
De acordo com as investigações, a quadrilha montou uma complexa estrutura logística para praticar o tráfico interestadual e internacional. Isso inclui desde a produção da droga no exterior, entrada no país, o transporte aqui dentro, a distribuição interna e a preparação e envio dos carregamentos de cocaína para o exterior, usando principalmente navios.
Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isto, atuavam predominantemente na região do Porto de Paranaguá, no Paraná.
Por diversas vezes, grandes cargas eram escondidas em contêineres e chegavam a ser usados mergulhadores para colocar a droga em compartimentos submersos de navios, entre outros métodos.
A Polícia Federal e a Polícia Civil do Paraná já tinham conseguiram apreender 5,2 toneladas de cocaína negociada pela quadrilha em diversas operações. Prisões em flagrante também já haviam sido efetuadas.
Nesta quinta-feira (4), 350 policiais federais, 130 policiais civis e 25 auditores fiscais participaram da ação. Foram expedidos 30 mandados de prisão preventiva e 87 de busca e apreensão, em endereços não só no Paraná, mas também em Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.
Os mandados de busca e apreensão estão distribuídos entre as cidades de Curitiba/PR (10), Matinhos/PR (1), Morretes/PR (2), Pinhais/PR (1), Ponta Grossa/PR (4), Pontal do Paraná/PR (2), São José dos Pinhais/PR (1), Araçatuba/SP (1), Bady Bassit/SP (3), Diadema/SP (1), Guarujá/SP (1), Santana do Paranaíba/SP (1), São Bernardo dos Campos/SP (3), São José do Rio Preto/SP (5), São Paulo/SP (3), Sud Mannucci/SP (1), Balneário Camboriú/SC (4), Itajaí/SC (3), Itapema/SC (17), Joinville/SC (1), Penha/SC (1), Porto Belo/SC (3), São Francisco do Sul/SC (1), Tijucas/SC (2), Campo Grande/MS (2), Dourados/MS (4), Vila Velha/ES (1), Cuiabá/MT (1), Goiânia/GO (1) e Niterói/RJ (1).
Também foram decretados o sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, num valor estimado de aproximadamente um bilhão de reais.
Os lucros da quadrilha eram usados também para expandir a ampliação da estrutura logística do grupo, com aquisição de aeronaves barcos imóveis, entre outros instrumentos.
Além disso, eram adquiridas armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação de outros grupos criminosos.
Os investigados vão responder por tráfico internacional de drogas, organização e associação criminosa, que somados têm penas que chegam a 50 anos de prisão.
As investigações revelaram ainda que lideranças do grupo tinha formas de ocultar a procedência ilícita dos ganhos financeiros e do patrimônio multimilionário constituído a partir dos crimes perpetrados. Por isso, devem responder por lavagem de dinheiro, que tem pena de até 10 anos.
Além do esquema de narcotráfico, alguns dos integrantes do grupo também estão envolvidos com outras práticas criminosas, como homicídios e o tráfico de armas de fogo, munições e acessórios, que também eram fornecidas para subsidiar a guerra entre facções criminosas no litoral paranaense e impor o domínio territorial naquela região.
A operação foi batizada de Downfall, em alusão a efetiva desarticulação estrutural e financeira da organização criminosa.
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