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Milícias no Rio: como a morte de Ecko afeta as áreas dominadas pela quadrilha do criminoso

 

Por Erick Rianelli e Leslie Leitão, RJ2

 


Milícia avança por bairros do Rio e pela Região Metropolitana
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Milícia avança por bairros do Rio e pela Região Metropolitana

Há 15 anos, o Rio de Janeiro vê a milícia expandir domínios por meio de atividades violentas e criminosas, espalhadas por vários bairros da cidade. As disputas, alianças, tiroteios, tornaram milhares de moradores reféns da exploração ilegal dos bandidos.

O RJ2 mostrou nesta segunda-feira (14) como a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, pode afetar as áreas dominadas pela quadrilha do miliciano.

No RJ, cidades têm limites definidos pelo poder paralelo. Moradores vive sob o terror, obrigados a sustentar uma quadrilha violenta.

"Aqui, toda sexta-feira, passa aqui a cobrança da milícia, em todo comercio. Eles estão fatiando os lotes aqui", afirmou uma pessoa que vive numa das áreas dominadas pelos criminosos.

Os milicianos ostentam armas e exibem festas na internet. Os grupos de criminosos controlam territórios principalmente na Zona Oeste: Santa Cruz, Campo Grande, Cosmos, Paciência, Inhoaíba.

Na Grande Jacarepaguá, também na Zona Oeste, as áreas dominadas ficam na Praça Seca, Tanque, Taquara, Curicica, Vargem Pequena, Vargem Grande, Recreio, Gardênia Azul, Rio das Pedras e Muzema.

O que se sabe sobre a morte de Ecko, o criminoso mais procurado do RJ
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O que se sabe sobre a morte de Ecko, o criminoso mais procurado do RJ

Na Zona Norte, Campinho, Quintino, Cascadura e Del Castilho. E também ficam sob domínio áreas em outras cidades, como Itaguaí, Nova Iguaçu, Seropédica, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Angra dos Reis.

A quadrilha de Wellington da Silva Brava, o Ecko, morto no sábado (12), domina a maior parte desses territórios. Mas ele não administrava as regiões sozinho. Contava com aliados que, segundo a Polícia Civil, eram:

  • Danilo Dias Lima, o Tandera, que controla bairros de Nova Iguaçu, Itaguaí e Seropédica.
  • Leonardo Luccas Ferreira, o Leleo e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, que cuidam da Zona Norte e da região da Praça Seca, na Zona Oeste.

Os três são foragidos da Justiça, como Ecko era. E tem um segundo escalão, formado por Francisco Anderson Cosa, o Garça; Rodrigo dos Santos, o Latrell; Cristiano Lima de Oliveira, o Jiraya; Luiz Antônio Braga, o Zinho – irmão de Ecko e responsável pelas finanças do grupo

Outro irmão de Ecko é Wallace Braga, que está preso. Ele deve ser transferido para um presídio federal.

Expansão começou em 2017

A expansão da quadrilha de Ecko começou em 2017. Para crescer rápido, o miliciano se aliou a antigos inimigos, na região de Santa Cruz. Outro caminho para o avanço foi a diversificação dos serviços explorados, para além da "taxa de segurança".

"A gente pega uma estrutura de uma milícia, de anos atrás, totalmente diferente, em que ela vivia basicamente da famosa falsa taxa de segurança, para começar a ser uma milícia empreendedora", detalhou o delegado titular da Draco, William Pena.

"Uma milícia que explora construções irregulares, grilagem de terras, comércios – como por exemplo farmácias especializadas – e daí começa a obter o apoio na guerra dos traficantes para que todo esse território ao redor dessa áreas possam ser economicamente explorados tanto pelos milicianos, tanto pelos traficantes, que ganham dinheiro, recursos nessa guerra", acrescentou o delegado.

As alianças se espalharam, virando um esquema de R$ 10 milhões por mês. A polícia diz que o dinheiro é lavado em negócios lícitos. Para chegar a Ecko, inclusive, investigadores partiram da apreensão em uma farmácia, em outubro do ano passado.

Racha na quadrilha

Em 1 ano, a harmonia criminosa entre os antes aliados Ecko, Tandera e Macaquinho começou a ruir. Investigadores dizem que Tandera e Macaquinho romperam com Ecko e se uniram contra ele.

Entre os motivos do racha estão alianças com o tráfico e a falta de apoio de Ecko a áreas de milícia em Jacarepaguá. Em janeiro, a disputa se acirrou. Ecko tomou a Gardênia Azul – área de Macaquinho.

A ruptura mudou o mapa da milícia também na cadeia. Um exemplo é Bangu 9, onde milicianos cumprem pena. Fontes do RJ2 na Secretaria de Administração Penitenciária afirmam que dos 674 presos em Bangu em janeiro, pouco mais da metade declarou apoio a Ecko.

E 22% disseram estar ao lado dos ex-aliados de Ecko. A Polícia Civil diz que o miliciano planejava invadir Rio das Pedras, reduto de outro grupo criminoso.

Créditos G1

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