Procuradoria brasileira denuncia governador do Rio de Janeiro como chefe de organização criminosa
Rio de Janeiro, 14 set (Xinhua) -- A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou perante à Justiça Federal nesta segunda-feira o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, acusado de ser o chefe de uma organização criminosa que criou um esquema para desviar recursos públicos da saúde, aproveitando a pandemia da COVID-19.
Trata-se da segunda denúncia que a PGR apresenta ante o Supremo Tribunal Federal (STF) que no dia 28 de agosto afastou provisoriamente do cargo Witzel, enquanto são realizadas as investigações pertinentes.
Além do governador do estado mais famoso e turístico do Brasil, a PGR também denunciou sua esposa, Helena Witzel, o presidente nacional do Partido Social Cristão (PSC), Everaldo Pereira, dois ex-secretários do governo de Witzel e outras sete pessoas.
Segundo a denúncia, Witzel seria o chefe de uma organização criminosa formada por três setores diferentes que se dedicavam a desviar dinheiro de recursos destinados à Saúde.
Além da condenação penal, a Procuradoria pede a destituição de Witzel do cargo de governador e que os 12 acusados paguem uma indenização de pelo menos 100 milhões de reais (US$ 19 milhões).
"Nesse diapasão, a organização criminosa, somente com esse esquema ilícito de contratação de organizações sociais na área de saúde, tinha por pretensão angariar quase 400 milhões de reais (US$ 75 milhões) de valores ilícitos, ao final de quatro anos, na medida em que objetivava cobrar 5% de propina de todos os contratos", afirmou a denúncia.
A segunda denúncia contra Witzel faz parte das investigações iniciadas devido à construção de hospitais de campanha para atender os pacientes com COVID-19 no estado do Rio de Janeiro e à compra de respiradores e material médico.
Witzel, um ex-juiz de 52 anos, foi eleito governador de forma surpreendente em outubro de 2018, com um discurso de combate à corrupção e ao crime e por se aliar ao candidato à presidência Jair Bolsonaro, que acabou ganhando as eleições.
O vice-governador Cláudio Castro, também investigado na operação, assumiu provisoriamente o cargo desde que Witzel foi afastado.
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