PISTOLAS POR CORRESPONDÊNCIA - Como traficantes de armas abasteciam criminosos de facções rivais, além de policiais e milicianos Ilustração de Carvall/Piauí - UOL A cinco dias do Natal de 2017, um funcionário do setor de triagem dos Correios em Curitiba notou, no visor do aparelho de raio-x, que uma encomenda contendo um singelo presente natalino – uma panela de arroz elétrica – trazia, dentro do recipiente, dois revólveres fabricados na Argentina e dez munições. O Sedex fora postado em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai, e teria como destino Belo Horizonte. Naquele mesmo dia, os Correios encaminharam a encomenda para a Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. Aquela era uma determinação recente do delegado Rodrigo Martins Morais da Silva – até então, as armas encontradas pelos Correios dentro de encomendas eram enviadas ao Exército, que as destruía sem investigar quem estava por trás daquelas remessas. Um pouco antes, em 24...