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Déficit de delegados no Brasil chega a 6,2 mil, segundo entidade da categoria

Déficit de delegados no Brasil chega a 6,2 mil, segundo Fendepolc

A Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol) alertou sobre a falta de delegados no Brasil e apontou os casos mais graves. 



De acordo com dados da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol), faltam 6.200 delegados em todo o Brasil. Dentre os estados que apresentam as piores situações estão: Minas Gerais, Bahia, Piauí e Goiás.
“A causa é a falta de financiamento nas polícias civis. Até hoje não houve políticas públicas adequadas para financiar as polícias civis, que é onde surge a demanda da justiça criminal. Sem uma delegacia bem aparelhada, a impunidade irá reinar”, disse Rodolfo Queiroz Laterza, diretor da Fendepol, em entrevista ao Jornal Hoje.
Em Goiás, por exemplo, existe uma lei que permite que um delegado preste serviços a outras duas delegacias, além da sua. Mas, há casos de delegados atendendo por até sete delegacias.
“Essa é uma situação que não permite que a autoridade policial preste um serviço adequado para a coletividade", alertou Adriano Sousa Costa, presidente do sindicato dos Delegados de Goiás.
Para reverter a situação, seria preciso a abertura de novos concursos para a carreira nos diversos estados que apresentam carência. Outra possibilidade seria o chamamento de aprovados em concursos nos estados onde há seleções em validade para a função.

Goiás apresenta uma das situações mais graves

No início de outubro, o sindicato já havia chamado a atenção para a falta de delegados no estado. Segundo uma notícia veiculada pelo jornal local e republicada pelo sindicato, faltam profissionais em 176 delegacias. O número representa 70% das delegacias.
O mesmo delegado é responsável pelo município de Abadia de Goiás responde por quatro municípios, que juntos somam mais de 37 mil habitantes, o que extrapola o limite previsto em lei.
“Hoje nós temos uma carência enorme, principalmente no interior do estado. Temos casos de municípios que fecharam a central de flagrantes”, ressaltou Adriano Sousa Costa na época.
Para contornar a situação, a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) formou, recentemente, 122 novos delegados. No entanto, não há previsão de quando os policiais iniciarão os trabalhos.
“Vemos recentemente o governo de Goiás anunciando medidas importantes para a segurança pública, a exemplo do chamamento de um novo concurso para agente penitenciário e o incremento de vaga de promoção para os policiais que já estão em serviço. O governo disse que existe dinheiro e se existe dinheiro é necessário que o governo tome a atitude de chamar esses delegados para suprir essa falta”, questionou o presidente.

Crime organizado se intensificou no interior do estado

De acordo com uma nota publicada pelo sindicato, o crime organizado já identificou esse déficit e está migrando da capital do estado, onde há mais policiamento para o interior.
“Cada vez mais prisões de membros de facções de organizações criminosas de quilate nacional estão sendo feitas no interior, o que indica que as raízes do crime organizado estão se fortalecendo onde há menos investimentos em Segurança Pública qualificada”, denunciou o sindicato.
Nos últimos 20 anos, a Polícia Civil goiana já perdeu quase 50% do seu efetivo. Em abril de 2014, após a posse dos aprovados no penúltimo concurso da carreira, o estado contava com 421 delegados em atividade.
Em agosto de 2019, o número já estava reduzido a 326 delegados. Isso significa que em cinco anos houve a diminuição de 95 delegados de polícia na ativa, sem que houvesse reposição dessas vagas.

Último concurso para delegados em Goiás foi realizado em 2018

último concurso para delegados da Polícia Civil de Goiás foi realizado em 2018. A seleção, que ofertava 100 vagas, recebeu 21.893 candidaturas, o que representou uma concorrência de 218,9 candidatos por vaga.
Para participar era preciso ser graduado em Direito. A remuneração oferecida era de R$19.242,52, para uma carga de trabalho de 40 horas semanais.
Agora os aprovados na seleção aguardam a convocação para o concurso. O concurso PC-GO foi homologado em maio e terá validade de seis meses, prorrogáveis por igual período.
O regime de contratação é o estatutário, que garante a estabilidade empregatícia aos servidores, após o período de estágio probatório. Os delegados ainda poderão realizar viagens e prestar serviços fora do expediente e local de trabalho.

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