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Veremos um aumento do número de policiais assassinados no Brasil a médio prazo, diz pesquisador

Policiais de UPPs durante operação na Cidade de Deus e na Comunidade do Karatê, no Rio de Janeiro (arquivo)
Betinho Casas  Novas/Futura Press/Folhapress - Sputnik

Uma pesquisa divulgada na última quinta-feira (29) mostrou que o Brasil se assemelha a países como Venezuela e El Salvador no número de homicídios provocados por policiais em serviço.
Em 2017, a proporção de mortes por armas de fogo causadas por intervenções de agentes de segurança em comparação ao total de homicídios dolosos no Brasil foi de 7,3%. A Venezuela tem uma proporção de 25,8%, e El Salvador, de 10,3%.
Os dados foram apresentados no documento "Monitor do uso da força letal na América Latina: Um estudo comparativo de Brasil, Colômbia, El Salvador, México e Venezuela", financiado pela rede Open Society Foundation.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Ignácio Cano, do do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), um dos coordenadores da parte brasileira do estudo, disse que o aumento do número de mortes causadas pela polícia também prova o crescimento no número de policiais mortos.
"Países e estados onde a polícia mata muito são também lugares onde a polícia morre muito. Tal que podemos esperar também no mediano prazo um aumento das mortes de policiais. Não existe situação em que as mortes aconteçam só de um lado", disse.
Ignácio Cano destacou também que em alguns estados do Brasil o índice de mortes causadas por agentes de segurança chega a ultrapassar os 25,8% da Venezuela. No Rio de Janeiro, por exemplo, a proporção entre mortes por armas de fogo causadas por intervenções de agentes de segurança em comparação ao total de homicídios dolosos é de 29%.
"É muito interessante que as autoridades do Brasil que condenam a situação da Venezuela, mas o Brasil está em uma situação parecida com a da Venezuela em termos de excesso do uso da força policial", afirmou.
Para o pesquisador, há no Brasil um estímulo para que a polícia atue de maneira mais violenta.
"Enquanto a doutrina oficial for a de que bandido bom é morto então um estímulo aberto as execuções sumárias que são ilegais por parte dos policiais não há nenhuma esperança de que esse quadro possa ser revertido", disse Ignácio Cano.
Os pesquisadores brasileiros trabalharam com três indicadores principais relacionados ao uso da força policial: a proporção das mortes provocadas pela polícia em relação ao total de homicídios em determinado território; a relação entre policiais mortos e pessoas mortas por policiais em serviço; e o número de pessoas mortas em relação ao número de pessoas feridas pelos agentes de segurança. 

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